quarta-feira, 12 de setembro de 2012

"Tu és o meu vaso escolhido"



"Depois disso o Senhor escolheu mais setenta e dois dos seus seguidores e os enviou de dois em dois a fim de que fossem adiante dele para cada cidade e lugar aonde ele tinha de ir. Antes de os enviar, ele disse: - A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, peçam ao dono da plantação que mande trabalhadores para fazerem a colheita. Vão! Eu estou mandando vocês como ovelhas para o meio de lobos. Não levem bolsa, nem sacola, nem sandálias. E não parem no caminho para cumprimentar ninguém. Quando entrarem numa cidade e forem bem recebidos, comam a comida que derem a vocês. Curem os doentes daquela cidade e digam ao povo dali: "O Reino de Deus chegou até vocês".
Lucas 10, 1-9.


Você já parou para pensar por que você é cristão? Por que o cristianismo encontrou agasalho tão forte em tantos lugares? Por que sobreviveu de forma tão firme através dos séculos, sendo a religião de um pequeno grupo sem poder político ou econômico?

Claro, além de ser a fé que você escolheu, há motivos muito fortes na história para isso: após o desencarne de Jesus, os 12 apóstolos experimentaram dúvidas e temores atrozes sobre como levar adiante o movimento da divulgação da Boa Nova. Viviam em um contexto em que o Cristianismo ocupava posição marginal diante do judaísmo e da religião politeísta romana, então dominantes. Era preciso muita coragem e argúcia para levar a frente os propósitos de consolo do Cristo, sem possuir a sua elevação moral e suas habilidades.

Entretanto, Jesus jamais deixou de estar entre os homens de Bem; a espiritualidade fez-se presente de forma intensa e firme, elevando os pescadores com um ruído a uma pregação cálida e intensa, em diversas línguas diferentes, arrebatando adeptos e trazendo novas almas para a sublime seara do Cristo (1)

A verdadeira fé dos discípulos levou-os a procederem curas e prodígios (2); levou-os a pregar a nova mensagem de amor e união não só na Casa em Jerusalém, mas também na região próxima e muito, muito além do que se poderia imaginar que homens simples pudessem chegar sem recursos (3).

Quando pensamos em viagens missionárias, é inevitável lembrarmo-nos de Paulo, vaso escolhido do cristo (4) e grande divulgador do Cristianismo. Ao todo, Paulo de Tarso viajou 25.000 quilômetros, sendo 11.000 por mar e o restante por terra, quase sempre a pé. Tendo fundado dezenas de comunidades cristãs, passa depois a escrever, quando necessário, cartas aos amigos e aos grupos de vivência do Evangelho, reunidas hoje no novo testamento e conhecidas como as Cartas de Paulo.

Entretanto, além de Paulo de Tarso, muitos outros foram aqueles que levaram o testemunho e a vivência de sua fé para o mundo, chegando, por vezes, a viver o martírio pelo Cristo. Pedro, pedra e líder da Casa do Caminho; Lucas, companheiro de Paulo, evangelista e narrador dos "Atos dos Apóstolos"; Timóteo, jovem trabalhador desde o início de sua puberdade; Maria Madalena, exemplo de transformação inolvidável e vivência do Evangelho; Marcos, incansável trabalhador e baluarte da comunidade de Alexandria; Joana de Cusa, cuja entrega profunda nos comove inevitavelmente até os dias de hoje; Ignácio de Antioquia, que mesmo sem ter conhecido o Cristo fez-se intenso trabalhador em um dos centros mais importantes do antigo Império Romano.

Muitos outros, incontáveis são os homens que fizeram o Cristianismo ser o que é hoje, levando a Palavra aos que a desconheciam e vivendo o exemplo de transformação e amor. Através das eras, reverbera um chamado, um convite que vem do próprio Cristo e que se revifica a cada vez que alguém escolhe a melhor parte, atravessa a porta estreita e toma seu jugo: "Se quiseres, farei de vocês pescadores de homens".

Quer conhecer um pouco mais de alguns desses homens dos primeiros tempos? Quer buscar compreender um pouco mais sobre o seu papel, hoje, na continuidade dessa mensagem viva e intensa? Esteja conosco no dia 30 de setembro. "Tu és o meu vaso escolhido"

(1) O episódio do dia de pentecostes, descrito em Atos 1, 1-41
(2) Atos 2, 43
(3) Atos, capítulo 13 e seguintes
(4) Atos 9, 15